sábado, junho 22, 2002

Atraco!
Atraco é uma expressão em espanhol que assaltante diz para a vítima - significa "mãos para o alto", mais ou menos por aí. Hoje, teve novo significado: para o diário espanhol Marca, "Atraco" significa Espanha x Coréia do Sul, um dos mais vergonhosos roubos da história da arbitragem em Copas, capaz de fazer a Argentina em 1978 parecer inocente.
Um gol de Morientes em que marcaram tiro de meta com uma bola INTEIRA dentro de campo. Um gol contra dos coreanos, em que a bola bateu na nuca do zagueiro, anulado por terem marcado perigo de gol. E dezenas de impedimentos inacreditáveis contra a Espanha. Para mim, bastou: a Coréia é mesmo candidata ao título, ainda mais depois que o presidente do país já declarou que já pensa na taça e que a vitória sobre a Espanha nos pênaltis deixou o povo "feliz como nunca esteve em cinco mil anos".
A Espanha, tudo bem, não jogou lá essas coisas. Mas o jogo em si foi uma lástima. Nenhum dos dois times merecia vencer - apesar de não terem Raúl, que ficou no banco e obviamente não foi utilizado por Camacho nem mesmo no fim do jogo, a Espanha tinha em Mendieta, da Lazio (o único "estrangeiro" da equipe), uma arma secreta. Mendieta entrou e mostrou porque além de ser banco na seleção espanhola também mofa no banco de reservas da Lazio. A meu ver, era um dos melhores da Espanha. Contra a Coréia, foi lamentável.
A Itália declarou sua solidariedade à Espanha, e acho corretíssimo - em 1994, Luis Enrique, da Espanha, levou uma porrada de um zagueiro italiano na cara, saiu sangrando, mas foi diferente: o juiz não viu. Há que se dar um desconto.
O roubo à Espanha foi um atentado, um acinte. Inacreditável. Querem mesmo a Coréia campeã. Agora, resta saber se adiantará roubo contra a Alemanha. Eu duvido.
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E lá vêm os turcos novamente, com sede de vingança. Recebi email de um colega turco, o Murat Agca, dizendo que o povo lá só pensa em se vingar do pênalti "malandro" de Luizão e da catimba de Rivaldo, que se jogou com uma bolinha fraca chutada por Hakan Unsal, provocando a expulsão do turco. O time deles subiu de produção, é verdade. Estão há três jogos sem levar gols - e de toda maneira levaram só três gols na Copa, um de pênalti roubado, bem menos que a gente. Além de tudo isso, o treinador Senol Gunes ganhou confiança e não seria exagero dizer que hoje ele tem plena convicção do que está fazendo.
Vai ser preciso coração.

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